A pandemia não acabou e exige cuidados. Acompanhe a entrevista com a Dra. Telma de Cássia dos Santos Nery
A vacinação contra a Covid-19 traz segurança para quem foi imunizado. No entanto, mesmo depois das duas doses, os cuidados precisam ser mantidos até que se atinja o que se chama de imunidade de rebanho, ou seja, quando grande parte da população estiver imunizada. Para orientar nossos leitores, a reportagem do Sabespapo conversou sobre o tema com a Dra. Telma de Cássia dos Santos Nery, (médica sanitarista e médica do trabalho) que também é nossa associada. Acompanhe:
Sabespapo: Algumas pessoas têm dúvidas sobre qual vacina tomar. Todas oferecem proteção?
Dra. Telma: Sim. Todas as vacinas disponibilizadas aqui até o momento passaram por rigidos e especificos testes e oferecem proteção. Não há motivo para ficar esperando a vacina “a”ou “b”. Porém, como todas as vacinas para variadas doenças disponibilizadas, não oferecem 100% de proteção. Uma questão importante é que grande parte das vacinas disponíveis previne casos graves e óbito por Covid-19, desde que tomadas as duas doses e que haja tempo para o organismo desenvolver a imunidade necessária.
Sabespapo: Mesmo após as duas doses, quais os cuidados que precisam ser tomados?
Dra. Telma Os principais cuidados envolvem: garantir o distanciamento físico, deixar o ambiente ventilado, o uso de máscaras e a higienização das mãos com água e sabão ou álcool gel. Lembro que estamos todos cansados de ficarmos distantes de outras pessoas, o ser humano e na nossa cultura brasileira especialmente , gostamos de estar proximos, mas o vírus “ainda não cansou” e a pandemia ainda NÃO acabou.Este distanciamento é uma das medidas que se faz muito necessária, pois ela evita que o vírus se transmita de uma para outra pessoa.
Sabespapo: É possível que mesmo vacinadas as pessoas possam ser infectadas pelo vírus?
Dra. Telma Sim, mesmo após as 2 doses, uma vez que a segurança da vacina não é 100%. Os cuidados precisam ser adotados, pois a pessoa vacinada pode ainda ser um transmissor . Estudos comprovam que nenhum imunizante disponível no mundo atualmente tem eficácia de 100% contra o vírus Sars-CoV-2, o que significa que mesmo não sendo comum, algumas pessoas podem ser infectadas mesmo depois de tomar as duas doses.Lembrando que após a segunda dose a eficacia é esperada apos 2 a 4 semanas.
Sabespapo: Temos acompanhado notícias sobre novas variantes do Coronavirus. Como isso acontece?
Dra. Telma Os vírus possuem uma composição simples e apresentam uma taxa de evolução muito rápida , com surgimento de novas variantes , o que faz parte de um processo natural do comportamento do vírus, de forma aleatória. Quando o vírus esta no organismo de uma pessoa ele se “replica”. Cada vez que ele se replica, pode surgir uma variante. Assim, quanto maior o numero de pessoas infectadas pelo vírus, maior a taxa de replicaçao e maiores são as chances de surgirem novas variantes.Como o vírus ainda está se disseminando sem controle em várias partes do mundo, podem surgir outras variantes. É fundamental que o vírus pare de circular para as variantes pararem de surgir.As vacinas que temos atualmente no Brasil têm mostrado proteção contra as variantes que já surgiram, mas não se sabe a duração dessa proteção. Isso porque podem surgir variantes resistentes à imunidade que as vacinas vão gerar.
Sabespapo: Teve início a Campanha Nacional de Vacinação contra Influenza. Quais as orientações para que as pessoas possam receber essa vacina?
Dra. Telma. A Organização Mundial da Saúde recomenda que as vacinas contra a COVID-19 não sejam aplicadas ao mesmo tempo que outras vacinas, inclusive contra a influenza. Deve haver um intervalo de pelo menos 14 dias entre elas. A prioridade é a vacina da COVID-19, assim cada um deve se organizar se estiver na faixa etária ou periodo de receber a vacina da Covid-19. Primeiro esta e 14 dias depois a vacina contra influenza. Atençao para o periodo entre a primeira e segunda dose.
Sabespapo: O público jovem continua sendo uma preocupação como vetor de contaminação nos lares. Que cuidados a família deve adotar?
Dra. Telma Os cuidados citados acima, como: distanciamento físico, ambientes ventilados, uso de máscaras, higiene das mãos etc., mas principalmente orientar o publico jovem para que evite aglomerações, pois mesmo assintomatico o jovem pode ser um transmissor. Importane lembar a atual mudançã de padrão do publico mais afetado: populaçao mais jovem. No estado de SP a principal faixa etária afetada é de 30-39 anos de idade.
Sabespapo: Com medo da contaminação, muitas pessoas portadoras de doenças crônicas deixaram de fazer acompanhamento de seus quadros de saúde. Isso pode realmente esperar ou é um comportamento perigoso?
Dra. Telma É um comportamento perigoso sim. As doenças cronicas NÃO entraram em quarentena. Continuam a se manifestar e podem ser agravadas pelos fatores atuais que vivenciamos como alteração do padrão alimentar, redução da atividade física,aumento do peso, alteração do padrão de sono e outros. Atualmente são disponibilizadas várias possibilidades de acompanhamentos, como a telemedicina, que foi autorizada pelos orgaos oficiais. Não deixe de fazer o seu acompanhamento regular, lembando que as doenças cronicas são também fatores de risco para COVID -19.
(Abaixo, dados de 29/05/2021 do estado de SP dos óbitos por fatores de risco).
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