21/04/2016

Dica cultural: exposição conta história do Brasil através da arte

A exposição permanente Coleção Brasiliana, no Espaço Olavo Setúbal, no Itaú Cultural,  conta a aventura do Brasil desde o descobrimento sté o século XX através da arte.

 

É para aproveitar com calma, pois vale a pena. O ideal é reservar uma hora e meia para explorar os detalhes da mostra. A montagem moderna, os textos claros e objetivos e a força visual garantem um passeio encantador e passa bem longe de ser entediante. As 1.300 obras expostas estão num espaço one o branco das paredes, do piso e das estruturas à mostra lembram o interior de uma espaçonave. Principalmente as 300 ilustrações alemãs, uma seleção de figuras coloridas em molduras de acrílico  dão a impressão de flutuar nas paredes.

 

Elas retratam o país desde a chegada dos colonizadores no século XVI, percorrendo 500 anos de história, até chegar aos anos 1990, século XX.

 

A exposição é dividida em nove módulos, montados em ordem cronológica.  Iniciando pelo Brasil desconhecido, reúne imagens das impressões que os estrangeiros tinham do país recém-descoberto. Segue com Brasil holandês, Brasil secreto, Brasil dos naturalistas (que ocupa dois andares), Brasil da capital, Brasil das províncias, Brasil do império, Brasil da escravidão e Brasil dos brasileiros, no século XX.

 

Serviço:

 

Grátis  |  Exposição permanente Coleção Brasiliana - conta a história do Brasil desde o descobrimento até o Século 20 através da arte.

Espaço Olavo Setúbal do Itaú Cultural

Endereço: Avenida Paulista, 149 - Bela Vista - SP  | Como chegar>

Próximo da Estação Brigadeiro do metrô - Linha verde

Horários: De terça a sexta 09h - 20h | Sábado e domingo 11h - 20h
Nos feriados funciona das 11h às 20h  |  Obs:  fechado às segundas-feiras

Acesso para deficientes e ar condicionado

Mais informações: Tel.: (11) 2168-1777

 

Pontos de estaque da exposição - O módulo O Brasil das províncias apresenta um tesouro para a cidade de São Paulo. O óleo sobre tela Panorama da cidade de São Paulo, datado de 1821, foi encomendado pelo imperador D. Pedro I e é considerada a obra mais importante da iconografia paulistana, antes da fotografia.

 

E também a série de 30 cromolitografias de pássaros brasileiros, realizadas a partir dos desenhos do naturalista francês J. T. Descourtilz para sua obra Ornitologia Brasileira ou História dos pássaros do Brasil publicada em Londres, de O Brasil do império, que traz também  produções artísticas de autores como Debret que retratam reis, príncipes e princesas.

 

Vale a pena ressaltar a peculiaridade do século XVII, quando não houve produção de arte estrangeira. Após o trauma da invasão dos holandeses, Portugal decidiu fechar as fronteiras do país. Essa medida durou 150 anos. Por isso, no módulo O Brasil secreto, a atenção volta-se à produção de um dos mitos da arte barroca nacional, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho - cujo bicentenário de morte se celebrou em novembro do ano passado.  

 

Outro destaque vai para o módulo O Brasil da escravidão que relembra um dos capítulos mais tenebrosos da história brasileira. É a primeira vez que um espaço museológico traz uma exposição permanente dedicada às imagens da escravidão, com retratos do lado cruel da vida dos cativos. É um resgate importante de uma parte da nossa história, pois além desse novo espaço no Itaú, há apenas um museu no Brasil dedicado exclusivamente à escravidão. O Museu do Escravo, em Belo Vale, Minas Gerais, que exibe, em uma antiga casa grande, peças e utensílios usados pelos senhores de escravos.

 

Ao longo de toda a exposição, também é possível observar uma série de 395 moedas, medalhas e condecorações. A coleção, que antes era exibida separadamente no Museu de Numismática Herculano Pires, no próprio Itaú Cultural, foi anexada à Brasiliana para complementar a exposição.

 

Mais sobre a coleção - A Coleção Brasiliana é o resultado de uma iniciativa inocente de Olavo Setúbal. Ele acreditava que seria importante para o banco possuir obras que contassem a história do Brasil, mas não fazia ideia de onde chegaria quando obteve a primeira obra. Nos anos 1970, passou a colecionar o que encontrava e chamou Lago para ajudá-lo a encontrar mais obras e entender sua relevância. Pinturas e documentos surgiram de colecionadores nacionais e internacionais - famílias europeias que mal sabiam da importância das obras que guardavam em seus sótãos e de grandes leilões. Quarenta anos depois, decidiu-se transformar essas obras numa exposição itinerante, que já passou por Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza, Brasília e Paraná. Agora, ela estaciona em São Paulo.